50 autores de literatura policial tradicional
Autores do passado e atuais que produziram livros no mesmo estilo que Agatha Christie
Aviso: Esse texto foi originalmente publicado em 2024, mas estou migrando o conteúdo para o Substack.
A literatura policial é dividida em dois grandes estilos: uma linha mais tradicional e uma linha mais realista. As discussões entre essas duas linhas começaram a ganhar força após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando autores começaram a questionar o estilo tradicional. O ensaio de Raymond Chandler chamado A Simples Arte de Matar foi usado para criticar a literatura policial tradicional. John Dickson Carr, por outro lado, rebateu o ensaio de Chandler com o texto With Colt and Luger defendendo que na literatura tudo é real se parece real.
Essa discussão chegou ao Brasil, principalmente com o texto Opinião Equívoca, onde a autora Minalda Magalhães discorda da visão de Bruno Pavel sobre uma proximidade com a realidade do gênero. Apesar disso foi o mesmo: o estilo tradicional foi obliterado de tal forma que gerou um apagamento de diversos autores policiais brasileiros que seguiam uma linha tradicional.
Esse apagamento fez com que gerações de leitores nunca tivesse contato com autores de literatura policial tradicional, exceto Agatha Christie. Decidi escrever esse texto para apresentar 50 autores de literatura policial tradicional, citando alguns exemplos de livros (146 livros, no total). Os livros que estiverem com título em português são autores publicados em língua portuguesa (tanto aqui quanto em Portugal).
É importante destacar que nem Agatha e nenhum desses autores escreve “cozy mystery”, pois o objetivo deles é inteiramente voltado para a criação de casos que enganem o leitor mesmo apresentando todas as pistas. O “cozy mystery” é um estilo que se desenvolveu nos Estados Unidos e que segue uma série de temáticas (sobremesas, animais de estimação, crochê, etc.). A utilização do termo para se referir às obras da Agatha Christie é chamada pelo presidente do Detection Club, Martin Edwards, de “preguiçosa”, “pejorativa” e até “machista”.
Os japoneses utilizam o termo “honkaku” para se referir aos mistérios tradicionais com estilo parecido com Agatha Christie. O honkaku engloba dois períodos importantes na literatura policial japonesa: entre 1920–1950 e de 1981 aos dias atuais. O primeiro período foi prejudicado pela censura do governo japonês às histórias policiais, fazendo com que muito material se perdesse e forçando escritores a manter suas histórias guardadas até o fim da Guerra.
John Dickson Carr: conhecido como o “rei dos mistérios em salas trancadas” e chamado por Agatha Christie de “rei da arte da enganação”, Carr publicou dezenas de romances policiais, enfatizando sempre a impossibilidade dos crimes, além de flertar com o gótico e o sobrenatural. Seus principais detetives foram Henri Bencolin, Gideon Fell, Henry Merrivale e Coronel March. Recomendações de livros: O Castelo da Caveira, The Black Spectacles, The Hollow Man, The Crooked Hinge, The Plague Court Murders.
Ellery Queen: pseudônimo criado por dois primos, Frederic Dannay e Manfred B. Lee, e também o nome do detetive das narrativas. As histórias de Ellery Queen passaram por diversas fases, mas a primeira fase é a mais focada em problemas intrincados. Frederic Dannay, assinando como Ellery Queen, também foi criador e editor da Ellery Queen’s Mystery Magazine, revista que existe até hoje. A Harper Collins Brasil relançou O Mistério da Cruz Egípcia na coleção Clube do Crime. Recomendações de livros: O Mistério da Cruz Egípcia, O Mistério do Sapato Holandês, O Mistério do Ataúde Grego, O Mistério da Tangerina.
Anthony Berkeley: autor responsável pela criação do Detection Club. Suas obras buscavam sempre desafiar a estrutura da própria literatura policial, sendo chamado de “o mestre da reviravolta final” por Agatha Christie. Escreveu também sob o pseudônimo Francis Iles, onde enfatizava ainda mais o estilo psicológico sem perder o cinismo marcante de sua obra. Recomendações de livros: The Poisoned Chocolates Case, Trial and Error, Malice Aforethought.
Dorothy L. Sayers: uma das quatro rainhas do crime e a primeira mulher a presidir o Detection Club. Sayers era respeitadíssima entre os escritores de mistério do mundo todo, sendo uma das primeiras a escrever sobre a história do gênero. Suas histórias enfatizavam muito mais o “como matou” do que o “quem matou” e eram protagonizadas pelo detetive aristocrata Peter Wimsey. A Harper Collins publicou “Um Corpo na Banheira” pouco tempo atrás. Recomendações de livros: Um Corpo na Banheira, Clouds of Witness, Veneno Fatal, Gaudy Night.
Christianna Brand: embora seja conhecida por suas histórias sobre Nurse Mathilda, Brand teve uma carreira louvável dentro da literatura policial. Suas histórias com o inspetor Cockrill são frequentemente lembradas por pesquisadores e fãs do gênero no exterior. Recomendações de livros: Green for Danger, Death of Jezebel, Tour de Force.
Margery Allingham: considerada uma das quatro rainhas do crime. Allingham criou seu detetive principal, Albert Campion, como uma paródia de Peter Wimsey, mas tornou-se um personagem cada vez mais original. Suas histórias são menos lembradas atualmente, mas há uma grande qualidade no conteúdo produzido. Recomendações de livros: The Case of the Late Pig, The Border-Line Case, Flores Para o Juiz, Polícia no Funeral.
Ngaio Marsh: a rainha do crime mais conhecida no Brasil depois de Agatha Christie. Marsh não vivia na Inglaterra, mas mantinha contato constante com os autores ingleses. Suas histórias eram protagonizadas por Roderick Alleyn e é possível afirmar que suas histórias destacavam o trabalho da perícia forense. Recomendações de livros: Os Artistas do Crime, Death in White Tie, Surfeit of Lampreys.
R. Austin Freeman: Freeman é um dos autores que começou sua carreira antes da Era de Ouro, tendo criado Dr. John Thorndyke para tentar ganhar espaço no vácuo deixado por Arthur Conan Doyle após a “morte” e o retorno de Sherlock Holmes. Thorndyke é ainda mais científico que Holmes e Freeman defendia muito o uso da metodologia científica para analisar o gênero. Foi um dos primeiros autores a usar impressões digitais na literatura policial. Recomendações de livros: The Red Thumb Mark, The Eye of Osiris.
A. A. Milne: conhecido por ter criado o ursinho Pooh. Milne foi um dos membros fundadores do Detection Club e foi bastante ativo no grupo, embora tenha escrito poucas histórias de mistério. Recomendação de livro: The Red House Mystery.
Gladys Mitchell: embora não seja oficialmente uma das quatro rainhas do crime, Mitchell é considerada assim por alguns fãs e entusiastas do gênero. Teve uma carreira longuíssima, chegando a escrever até a primeira metade dos anos 80. Recomendações de livros: Speedy Death, The Mystery of a Butcher’s Shop, The Longer Bodies.
C. Daly King: autor parcialmente esquecido, mas que seguiu uma linha que enfatizava o mistério justo com o leitor. Seus livros traziam listas de personagens, mapas e até uma área chamada de Clue Finder, onde o autor indicava onde as pistas para a solução do caso eram citadas na narrativa. Esse artifício influenciou Martin Edwards. Recomendações de livros: Obelists at Sea, Obelists Fly High, Obelists En Route.
E. C. R. Lorac: escritora britânica bastante prolífica. É conhecida como uma autora que enfatizou muito os plots e era admirada por Jorge Luis Borges. Recomendações de livros: These Names Make Clues, Bats in Belfry, Checkmate to Murder.
Clayton Rawson: se John Dickson Carr é o “rei dos mistérios em salas trancadas” é seguro afirmar que Clayton Rawson foi o “mago dos mistérios em salas trancadas”. Os dois foram amigos pessoais e em certa ocasião competiram para ver quem criava a melhor história partindo da mesma premissa (um crime onde a vítima estava dentro de um aposento trancado por dentro e que porta/janelas estavam seladas com fita adesiva). Rawson foi mágico profissional e usou muito de sua experiência para criar truques engenhosos. Ele colocava elementos que pareciam sobrenaturais no meio do caos urbano de Nova Iorque. Recomendações de livros: Death From a Top Hat, A Mulher Degolada, Marcas de Pés no Teto.
S. S. Van Dine: Van Dine inspirou profundamente Ellery Queen e Soji Shiamda. Suas obras traziam análises meticulosas das cenas do crime e ainda assim possuíam plot twists notáveis. O autor também ficou conhecido por suas vinte regras para escrever literatura policial. Está em domínio público. Recomendações de livros: O Caso Benson, The Greene Murder Case, The Kennel Murder Case, The Dragon Murder Case.
Miles Burton/John Rhode: Pseudônimos do escritor Cecil Street, um dos membros mais ativos do Detection Club. Escreveu mais de cem romances policiais, enfatizando o raciocínio lógico. Recomendações de livros: The Secret of High Eldersham, The Paddington Mystery, Death in the Tunnel, Hendon’s First Case.
G. D. H. e Margaret Cole: O casal Cole foi bastante ativo no início do Detection Club. Eles escreviam suas histórias em conjunto e eram politicamente bastante ativos. Martin Edwards, presidente do Detection Club, destaca que eles faziam com que a teoria de que o Detection Club era um ambiente conservador caísse por terra. Recomendações de livros: The Death of a Millionaire, End of an Ancient Mariner.
Helen McCloy: Primeira mulher a presidir o Mystery Writers of America. Helen foi profundamente influenciada pelo estilo de John Dickson Carr e replicava um pouco disso em suas obras. Ela brincava muito com a ideia de doppelgangers e outros elementos místicos. Recomendações de livros: Through a Glass, Darkly; Mr. Splitfoot.
Edogawa Rampo: considerado um dos maiores nomes da literatura policial japonesa. Seus esforços fizeram com que a literatura policial se organizasse e que vários escritores de mistério fossem descobertos no país através do Edogawa Rampo Awards. Recomendações de livros: The Early Cases of Akechi Kogoro, The Fiend with Twenty Faces, Gold Mask.
Seishi Yokomizo: um dos maiores romancistas do honkaku. Fez sua estreia após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial e ganhou o primeiro prêmio do Mystery Writers of Japan. Seu principal detetive é Kosuke Kindaichi, conhecido por se vestir de maneira excêntrica e gaguejar quando fica nervoso. Recomendações de livros: The Honjin Murders, Death on Gokumon Island, The Inugami Curse.
Akimitsu Takagi: Takagi foi acolhido por Edogawa Rampo e ganhou bastante fama com suas histórias de mistério. Ganhou o terceiro prêmio do Mystery Writers of Japan. Sua influência foi tão notável que foi membro do Mystery Writers of America junto com Edogawa Rampo. Recomendações de livros: The Tattoo Murder, The Noh Mask Murders.
Soji Shimada: entre os anos 50 e 80 a popularidade dos romances policiais japoneses focava em mistérios mais realistas, encabeçados por Seicho Matsumoto. Soji Shimada desafiou esse estilo ao publicar seu primeiro romance, ajudando a enfraquecer o estilo realista no Japão e voltando a enfatizar casos com crimes complexos. “Assassinatos do Zodíaco de Tokyo” foi publicado recentemente pela Darkside. Recomendações de livros: Assassinatos do Zodíaco de Tokyo, Murder in the Crooked House, Kurayamizaka Hitokui No Ki.
Yukito Ayatsuji: Soji Shimada ajudou um grupo de estudantes universitários a conhecer mais autores de literatura policial tradicional e a publicar seus primeiros romances policiais. Yukito Ayatsuji foi o primeiro a publicar um livro, ganhando muita fama. É considerado o autor que tornou o estilo realista obsoleto. É conhecido por “Another”, obra que é considerada parte da literatura policial japonesa e que foi publicada no Brasil pela JBC. Recomendações de livros: The Decagon House Murders, The Mill House Murders, The Labyrinth House Murders.
Alice Arisugawa: iniciou sua carreira na mesma época que os autores iniciantes auxiliados por Soji Shimada. Ganhou espaço e hoje é um dos maiores autores da literatura policial tradicional no Japão. Foi o primeiro presidente do Honkaku Mystery Writers e está frequentemente ligado com o prêmio Mystery Writers of Japan. Recomendações de livros: The Moai Island Puzzle, Soto no Akuma, Yonju Roku-banme no Misshitsu, Mare Tetsudo no Nazo.
Yoshinaga Toda: Toda-san foi um autor que me seguiu recentemente e descobri que suas obras são mistérios históricos que se passam no século XIX. Infelizmente ele próprio me alertou que suas obras possuem elementos específicos da cultura japonesa que são obscuros até mesmo para nativos. Foi finalista do prêmio Edogawa Rampo. Recomendações de livros: Koibotan, Niji no Hate.
Mio Yamaguchi: Yamaguchi-san foi uma das autoras que ganhou o 34º Ayukawa Tetsuya Award. Ainda é uma escritora no início da carreira, mas possui um grande potencial e é bastante querida por Alice Arisugawa. Sua ênfase está em mistérios médicos, mantendo a originalidade do honkaku. Recomendação de livro: Kinki no Ko.
Taku Ashibe: começou sua carreira junto com outros escritores no fim dos anos 80 e início dos anos 90. Venceu o 1º Ayukawa Tetsuya Award e recentemente venceu o Mystery Writers of Japan Award e o Honkaku Mystery Award. Recomendações de livros: Satsujin Kigeki no Jūsan-nin, Murder in the Red Chamber, Ōmarike Satsujin Jiken.
Masahiro Imamura: iniciou sua carreira chamado a atenção com o seu livro de estreia, ganhando parte dos grandes prêmios destinados a escritores iniciantes na literatura policial. Seus trabalhos foram bastante elogiados por Soji Shimada e foram publicados em inglês pouco tempo atrás. Recomendações de livros: Death Among the Undead, Death Within the Evil Eye.
Takemaru Abiko: autor que esteve no grupo de jovens escritores auxiliados por Soji Shimada nos anos 80. Aos poucos percebeu uma grande oportunidade no mercado de videogames, tendo escrito roteiros para jogos como Kamaitachi no Yoru (Banshee’s Last Cry). Recomendações de livros: The 8 Mansion Murders, 0 no Satsujin, Mebiusu no Satsujin.
Tom Mead: um dos melhores autores contemporâneos de mistérios tradicionais. Tom é um especialista em mistérios em salas trancadas, tendo sido fortemente influenciado por John Dickson Carr. Sua obra fez muito sucesso no Japão, sendo compartilhada até mesmo por Hideo Kojima. Recomendações de livros: Death and the Conjuror, The Murder Wheel, Cabaret Macabre.
Paul Halter: Apontado por muitos como o verdadeiro sucessor de John Dickson Carr. As histórias de Halter flertam com elementos mitológicos ou sobrenaturais. Venceu o Prix du Roman Policier du Festival de Cognac em 1987. Recomendações de livros: The Fourth Door, The Crimson Fog, The Seventh Hypothesis, The Madman’s Room, The Demon of Dartmoor, The Night of the Wolf.
Martin Edwards: atual presidente do Detection Club, grupo fundado por escritores do estilo tradicional de literatura policial. Seu trabalho principal tem sido resgatar autores do estilo tradicional. Publicou o livro “The Life of Crime”, um enorme guia para conhecer diversos elementos da literatura policial ao redor do mundo. Recomendações de livros: Gallows Court, Mortmain Hall, Blackstone Fell, The House of the Graveyard Lane, Hemlock Bay.
Gigi Pandian: a rainha dos mistérios em salas trancadas. Gigi usa seu conhecimento em crimes impossíveis para criar narrativas únicas e intrincadas, sem perder um lado mais humano com os personagens. Recomendações de livros: Under Lock & Skeleton Key, The Raven Thief, A Midnight Puzzle, The Library Game.
Edward D. Hoch: um dos maiores contistas da literatura policial. Teve mais de 950 contos publicados ao longo da carreira, mantendo um recorde de publicações seguidas na Ellery Queen’s Mystery Magazine (com 28 anos, se não me engano). Foi um grande especialista de crimes impossíveis, a ponto de ser consultado pela polícia. A editora Crippen & Landru publicou suas antologias com o médico Sam Hawthorne, focadas em mistérios em salas trancadas e crimes impossíveis. Recomendações de livros: Diagnosis: Impossible, More Things Impossible, Nothing is Impossible, All But Impossible, Challenge the Impossible. Recomendo ainda os contos “Leopold’s Locked Room” e “The Long Way Down”.
Noël Vindry: escritor francês que ficou bastante conhecido por seus mistérios que desafiavam o raciocínio lógico, sendo chamado até mesmo de sucessor de John Dickson Carr. Infelizmente é um autor que caiu no esquecimento na França, mas que possui diversos fãs. Recomendações de livros: The House That Kills, The Howling Beast, Through the Walls.
Ayukawa Tetsuya: foi um dos poucos autores a escrever histórias de mistério tradicional enquanto a literatura policial japonesa focava num estilo mais realista. Seu empenho por honkaku fez com ele criasse o prêmio Ayukawa Tetsuya. Recomendações de livros: The Red Locked Room, The Black Swan Mystery.
Nicholas Blake: surgiu em 1935 e logo ganhou espaço entre autores de literatura policial na Inglaterra, sendo convidado a fazer parte do Detection Club em 1937. Sua obra mais famosa é considerada engenhosa ao extremo. Recomendações de livros: A Fera Tem de Morrer, A Question of Proof, The Case of the Abominable Snowman.
Ronald Knox: Knox é um dos autores mais citados da Era de Ouro por causa das suas dez regras da literatura policial, mas raramente lembrado por suas obras e engenhosidade. As regras, aliás, foram mais levadas a sério pelos críticos que pelo próprio Knox e autores que conviveram com ele (é só ver o que John Dickson Carr escreveu sobre regras no ensaio The Grandest Game in the World). Recomendações de livros: The Body in the Silo, The Viaduct Murder, Still Dead.
Michael Innes: Innes era um acadêmico e muitos de seus leitores nem desconfiavam disso. Suas obras de literatura policial eram admiradas por Jorge Luis Borges e diversos livros seus foram publicados na Coleccion El Séptimo Circulo. Recomendações de livros: Hamlet, Revenge!; Death at the President’s Lodging.
Richard Hull: Hull auxiliou a Agatha Christie quando ela foi a presidente do Detection Club (junto com o escritor Lorde Gorell). Escreveu cerca de quinze romances policiais. Martin Edwards aponta que Hull era um especialista em narradores pouco confiáveis. Recomendações de livros: O Assassinato da Minha Tia, My Own Murderer.
Keikichi Osaka: uma das histórias mais tristes de toda a literatura policial japonesa. Osaka foi publicado em revistas japonesas de mistério, mas a censura do governo japonês atrapalhou a carreira do jovem escritor. Foi convocado para a Segunda Guerra e deu seus escritos para Koga Saburo, um de seus mentores. Saburo morreu durante a guerra e Osaka faleceu em Luzon, nas Filipinas. Seu trabalho foi esquecido, mas Tetsuya Ayukawa fez um resgate do autor durante a dominância da Escola Social. Recomendação de livro: The Ginza Ghost.
Edmund Crispin: Crispin foi músico e escritor. Era abertamente fã de Michael Innes e John Dickson Carr. Seus livros eram carregados de um cinismo que lhe era intrínseco. Gostava de criar crimes impossíveis. Recomendações de livros: The Moving Toyshop, Swan Song.
Pierre Very: Very, assim como Vindry, caiu no esquecimento na França, mas ainda é um autor bastante elogiado por fãs da literatura policial tradicional. Suas obras estavam sendo traduzidas para o inglês. Recomendações de livros: The Murder of Father Christmas, Les Disparus de Saint-Agil.
Leo Bruce: Bruce foi um dos autores mais inovadores da Era de Ouro. Seu primeiro romance é muito elogiado por combinar mistério em sala trancada e um caso com múltiplas teorias, como feito por Anthony Berkeley em The Poisoned Chocolates Case. Recomendações de livros: Um Caso Para Três Detetives, Caso Sem Solução.
Henry Wade: Wade é sempre apontado por pesquisadores como um autor que misturou elementos realistas com mistérios intrincados. Suas histórias eram apontadas como um retrato da sociedade inglesa, principalmente no interior inglês. Recomendação de livros: The Duke of York’s Steps, No Friendly Drop, The Verdict of You All.
Anthony Boucher: Boucher foi o grande tradutor de histórias na Ellery Queen’s Mystery Magazine, tendo conhecimento de diversas línguas, inclusive português. Foi um dos membros fundadores do Mystery Writers of America e também se aventurou pela ficção científica. Recomendações de livros: Nine Times Nine, Rocket to the Morgue.
Craig Rice: foi uma das autoras que misturou humor com literatura policial, assim como Stuart Palmer (que foi seu amigo). Foi a primeira escritora de mistério a ser capa da revista Time. Foi publicada recentemente pela Harper Collins Brasil. Recomendações de livros: Morte, Doce Morte; Trial by Fury; My Kingdom for a Hearse.
Q. Patrick: também é encontrado como Quentin Patrick. Apesar de tudo, trata-se de um pseudônimo usado por uma equipe de escritores de mistério. Foi muito publicado no Brasil e fez relativo sucesso na Argentina. Recomendações de livros: Enigma Para Idiotas, Enigma Para Panteras, Enigma Para Demônios.
Rex Stout: Stout é um dos autores mais conhecidos da literatura policial tradicional no Brasil, sendo publicado com muita frequência no século passado. Agradou autores de mistério tradicional e também autores mais realistas. Seu principal detetive é Nero Wolfe. Recomendações de livros: Cozinheiros Demais, Milionários Demais, A Caixa Vermelha.
Christopher Bush: escreveu mais de 60 romances policiais e era um grande especialista de álibis na literatura policial. Recomendações de livros: The Perfect Murder Case, The Case of the April Fools, The Case of the Flying Donkey.
Hake Talbot: Talbot, assim como Clayton Rawson, foi mágico profissional e usou seu conhecimento para criar histórias de mistério. Embora tenha escrito poucos livros, Talbot é lembrado por ter criado um dos melhores mistérios em salas trancadas de todos os tempos, perdendo apenas para The Hollow Man, de John Dickson Carr. Recomendações de livros: Rim of the Pit, The Hangman’s Handyman.